(Tem que vestir a camisa) |
Que dia de júbilo abençoado pelos
deuses este! Ontem, lições de aikidô à minha esposa pela manhã, caixa de teatro
com a peça Mundo Jurássico logo após o almoço e mais tarde petiscos e cerveja
na taverna Flaming Brothers. Quer coisa mais revigorante? Ainda não tenho
planos para hoje, mas já cedo levantei com vontade de ouvir um som à bárbaros
tupiniquins. Pegue este toco aí do lado, vamos papear enquanto ouvimos os
pássaros brincarem debaixo daquela árvore. Sabe, já tem um tempo que venho pensando em tomar
uma séria decisão na minha vida que até então me parecia desimportante: apoiar
ao máximo que puder os músicos de meu país. No entanto alguns fatos vieram
provar-me que eu estive equivocado em não fazê-lo.
(Banda Silence de Pouso Alegre -MG) |
Quando eu era parvo,
meus amigos e eu, jovens rebeldes que buscavam fugir das cidades para refugiarem-se
em cavernas distantes tendo a noite embalada com bardos do rock em torno de
vivas fogueiras, movimentávamos mais o mercado sonoro dos grupos que gostávamos
de escutar. Contudo, com o passar dos anos, esta magia foi desaparecendo
gradativamente até praticamente extinguir-se. Quando nos encontramos nos dias
de hoje é raridade falarmos de festivais de música em que estivemos, quanto
mais discutirmos a respeito de álbuns que compramos. Então terminamos por
afirmar sem ponderação: Os bardos do rock atualmente não são como os da antiga.
Mas é claro que não são! Nós mesmos paramos de ajuda-los.
Como comentei
no início dessa nossa prosa, algumas coisas me incentivaram a refletir sobre
isso. A primeira foi o último lançamento da banda Lothlorÿen, de Poços de
Caldas – MG, a obra Principles of A Past Tomorrow, marcando o início do meu re-interesse
pelo som nacional. Em seguida veio a infeliz notícia de que os maravilhosos
músicos do Dr.Sin se separariam, em um ótimo artigo de Regis Tadeu para a ciberpage
do Whiplash. Inclusive gostaria de
salientar que o crítico e produtor musical Regis, apesar de sua participação em
programas de auditório, que nos fazia parecer que ele nada de boa música
entendia, tem me feito mudar de opinião sobre sua pessoa em leitura de seus
coerentes escritos. E para que eu batesse o martelo em minha decisão de apoio à
cena veio a entrevista de Corey Taylor, do Slipknot, ao site Wikimetal, pouco
depois de sua apresentação no RIR 2015, declarando que a atual mídia não deseja
que o metal tenha sucesso já que ele está sobrevivendo às próprias custas sem a
necessidade de contratos para propagandas televisivas, ou venda de automóveis
ou de grandes franquias de fast food. O que me fez perceber que, ainda que às
duras penas, nossos músicos que antes tanto prestigiávamos ainda estão
batalhando para nos ganharem novamente.
Então, meu bom
companheiro, tenha em mente que o sucesso ou a morte dos bardos que você mais
gosta em dias difíceis como os modernos depende muito de sua colaboração indo a
shows, consumindo seus materiais físicos, divulgando seus trabalhos entre
amigos. Eu me esforçarei para fazer minha parte. E você?
Pondere
bastante sobre esta nossa conversa. Vou-me indo, pois ainda há um belo dia de
júbilo para ser aproveitado...
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